Um pouco de história: hoje, Portugal comemora a Revolução dos Cravos

A Revolução dos Cravos foi um levante militar e popular que ocorreu em Portugal, no dia 25 de abril de 1974, e encerrou a longa ditadura liderada por Antônio Salazar. Nos anos 1970, os portugueses enfrentavam uma grave crise econômica, o que gerou insatisfação com o governo português. Além disso, as lutas pela independência das colônias portuguesas na África fizeram com que essa insatisfação se intensificasse.”

Segundo o site https://www.poder360.com.br/historia, “Foram os militares portugueses que derrubaram o governo em 25 de abril de 1974.” Mas eles tiveram apoio de civis e foi majoritariamente pacífico. Não houve banho de sangue, mas quatro pessoas morreram na revolução. Todas as vítimas foram assassinadas pela PIDE.”Foi o fim do salazarismo –como ficou conhecida a forma de governo implantada pelo ditador nacionalista português António de Oliveira Salazar (1889-1970). Com a revolução, Portugal passou a ter um regime democrático que dura até hoje.”

Há 50 anos, com a Revolução dos Cravos, nasceu um novo Portugal. A democracia oxigenou o país e o império lusitano na África ganhou liberdade e independência

foi com cravos, colocando-os nos canos de suas armas, que a população de Lisboa presenteou os militares do exército português que saíram às ruas para dar um basta ao estado de coisas que sufocava a vida do país desde as décadas iniciais do século XX.  Foi um belo nome para uma revolução que tirou o país das trevas de 48 anos de ditadura, redirecionando-o para a democracia, o que lhe permitiu, por intermédio de um longo e ziguezagueante processo, alinhar-se ao que de melhor há no continente europeu.  O país estava sufocado pela crise econômica, resultante da visão ortodoxa da ditadura que o comandava e pelo peso do combate às guerras de libertação em suas colônias africanas, travadas em Moçambique, Guiné-Bissau e Angola.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a criação da Organização das Nações Unidas, espaço que passou a dar eco aos sonhos de liberdade dos países até então colonizados, vários movimentos de libertação ganharam corpo na África. No início dos anos 1960, Patrice Lumumba, fundador do Movimento Nacional Congolês, lidera a fundação do Estado Livre do Congo depois de uma luta que durou meio século contra o domínio da Bélgica. A Argélia se liberta do domínio francês em 1962, quando foram firmados os acordos de Evian, que reconheceram a independência do país, onde se travou a famosa batalha de Argel, a capital do país, nos anos 1950, que teve repercussão mundial. Nos anos 1970, foi a vez dos países colonizados por Portugal, Moçambique, Guiné-Bissau e Angola.

Rodrigo Pezzonia, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo, destaca que a Revolução dos Cravos “portou algumas peculiaridades em relação a outros movimentos revolucionários e, talvez, a mais gritante tenha sido o fato de ser executada pelas mãos de militares, o que não seria grande novidade dado o período em questão, sobretudo no que se refere aos golpes militares latino-americanos, mas diferentemente do que ocorria do outro lado do Atlântico, o MFA (Movimento das Forças Armadas) era formado em sua maioria por capitães ligados à esquerda portuguesa. Muitos deles, inclusive, ligados ao Partido Comunista Português, assim como outras vertentes deste espectro ideológico”.

Pezzonia registra que “para além do descontentamento popular em relação à ditadura em si, a causa mais evidente se deu pelo processo paulatino de descontentamentos destes militares no que se refere às guerras de independência que ocorriam nas colônias portuguesas na África”.

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