SÍNDROME DE BURNOUT, UM NOME PRA QUEM QUER SER 100%

“Acorde cedo / tome um banho gelado / leia três livros / crie ideias / inicie seu lado empreendedor / invista em você mesmo / faça 50 minutos de exercícios diários / coma comidas saudáveis / pratique a gratidão / seja feliz. Esse é o “protocolo do próximo nível”. Já parou para pensar se essas mensagens “positivas” ajudam ou atrapalham o nosso “desenvolvimento pessoal”? Elas estão levando muitas pessoas a níveis extremos de ansiedade e fazendo com que se sintam cada vez mais culpadas por estarem sentindo-se mal. Mas de onde será que vem esse cansaço, essa desmotivação? Seria culpa só da pandemia?” (Jorge Carvalhaes, no @carvalhando)

Não. Um desgaste que prejudica os aspectos físicos e emocionais da pessoa, levando a um esgotamento profissional, já tem nome: Síndrome de Bournout.

Segundo informações do https://blog.psicologiaviva.com.br , o distúrbio foi mencionado na literatura médica pela primeira vez em 1974, pelo psicólogo norte-americano Freudenberger que descreveu os sintomas que ele e seus colegas estavam enfrentando. Após essa menção, vários estudos foram realizados sobre o assunto.

Hoje em dia, o transtorno é facilmente encontrado na CID-10 (Classificação Estatística e Internacional de Doença e Problemas Relacionados à Saúde), mais precisamente no grupo 5. Ele atinge pessoas cuja vida profissional e pessoal são muito atribuladas. Em especial as que levam jornadas duplas.

Segundo pesquisas realizadas pela Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil), essa síndrome acomete cerca de 33 milhões de brasileiros.

É muito comum que os workaholics (pessoas viciadas em trabalho) sofram desse distúrbio. Porém, alguns profissionais são mais pré-dispostos a experimentarem a questão, justamente pelas características do trabalho.

Confira abaixo as profissões mais acometidas pelo burnout:

  • profissionais da saúde em geral, principalmente médicos e enfermeiros;
  • jornalistas;
  • advogados;
  • professores;
  • psicólogos;
  • policiais;
  • bombeiros;
  • carcereiros;
  • oficiais de Justiça;
  • assistentes sociais;
  • atendentes de telemarketing;
  • bancários;
  • executivos.

Esses profissionais acabam se esforçando muito com o trabalho e, várias vezes, se esquecem dos momentos de descontração e relaxamento. É como se a mente dessas pessoas estivesse alerta o tempo todo, fazendo com que se sintam exaustas.

Muitas vezes, o Burnout também está ligado ao fato das pessoas trabalharem em empregos que exigem bastante delas, isso faz com que se tornem exageradamente perfeccionistas.

A cobrança exacerbada de si mesmo, e pelos superiores, acaba impactando de forma negativa na vida pessoal e profissional.

No caso das mulheres, vale a pena ressaltar que a maioria delas acaba sendo afetada em decorrência de uma jornada dupla de trabalho: no emprego, propriamente dito, e nas demais tarefas de casa – as responsabilidades de mãe, esposa, estudante etc.

O distúrbio se manifesta quando a relação com o trabalho acaba se transformando em estresse, ansiedade e nervosismo intensos. A pessoa acaba sendo levada ao seu limite, físico e/ou emocional, sentindo-se extremamente cansada, desmotivada e esgotada.

Não é difícil encontrar pessoas que, junto com o Distúrbio de Burnout, sofram também de depressão, do uso excessivo de medicamentos e insônia. Porém, tudo isso pode ser contornado ou amenizado com tratamento.

É importante ressaltar que a doença não está somente relacionada com o ambiente de trabalho, muitas vezes as tarefas da faculdade ou até mesmo de casa podem ocasionar o problema.

O fato é que o Burnout está relacionado com o excessivo esforço físico, mental ou emocional, seguido de poucos momentos de descanso ou descontração. Tudo que ocupa muito o seu tempo e acaba sugando a sua energia pode ser motivo para que o Burnout apareça.

Além disso, outro estudo mostrou que as pessoas que são muito empáticas são mais suscetíveis ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout. Isso porque elas absorvem toda a carga emocional de terceiros para si, o que é uma prática ruim. A dor do outro acaba fazendo com que elas se preocupem excessivamente e sobrecarreguem o seu emocional.

Segundo a psiquiatra Licia Oliveira, professora da Medcel – Cursos Preparatórios Para Residência Médica, “a doença ocorre em um conjunto de personalidade (genética) e condições ambientais (fatores externos). Obviamente, uma pessoa com personalidade mais rígida, que não tolera frustrações, está mais propensa a desenvolver o Burnout”.

Existem meios de prevenir e de tratar o Burnout. A prevenção se dá por meio de práticas simples e até mesmo prazerosas, que acabam não exigindo tanto, como prática de exercícios físicos, alimentação adequada, momentos de lazer, menos cobrança e reorganização, entre outros.

Fontes: https://blog.psicologiaviva.com.br/

https://carvalhando.substack.com/

Instagram @carvalhando

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