SEM REDUÇÃO SALARIAL, SINDCOMÉRCIO PREVÊ DEMISSÃO EM MASSA NA REGIÃO

Impedidas de receber clientes nas três maiores cidades da região, as chamadas lojas “não essenciais” devem começar a demitir funcionários em breve. É que o prevê o Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços (Sindcomércio) do Vale do Aço. Sem um programa de redução de salários que abranja os comerciários, a entidade acredita que os empresários de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo não terão outra saída e já deverão dispensar parte dos funcionários nas próximas semanas.

“Sem vender, como vamos pagar as contas? Intensificamos o trabalho nas nossas lojas on-line, que avançou na pandemia, mas o que é comercializado pela Internet ainda representa muito pouco do faturamento da maioria das empresas”, explica o presidente do Sindcomércio, José Maria Facundes.

O dirigente sindical lembra que, em abril do ano passado, por meio da Medida Provisória 936, o Governo Federal criou o Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda, conhecido como BEM. Nele, foi possível a suspensão de contratos e redução de jornada de trabalho, com pagamento de parte dos salários pelo governo. “Há a expectatica de que a MP 936 seja reedidata, mas, por enquanto, estamos sem qualquer tipo de medida trabalhista complementar para enfrentamento do estado de calamidade pública que vivemos”, lamenta Facundes.

Negociação regional  

Com a lentidão do Governo Federal em se posicionar sobre a reedição da MP 936, o Sindcomércio Vale do Aço enviou, no início da tarde de segunda-feira (22), aos sindicatos que representam os comerciários em Ipatinga, Fabriciano e Timóteo, uma proposta que prevê — entre outras medidas — a suspensão de até 90 dias do contrato de trabalho para empregados do grupo de risco. Neste período, a empresa pagaria 60% do salário, mas como uma espécie de abono, ou seja, a título de verba indenizatória, de maneira a não incidir impostos sobre o valor.

Na proposta, o Sindcomércio ainda solicita a redução da jornada de trabalho e salarial em 25% também por até 90 dias. Sugere-se, ainda, a antecipação de férias individuais e coletivas, até a segunda quinzena de junho. “Temos conversado com os representantes laborais e esperamos que haja bom senso e flexibilidade, pois só assim será possível manter as nossas empresas abertas sem demissão. Se o que estamos propondo for aceito, acredito que será possível garantir a manutenção dos empregos”, conclui Facundes.

Entenda

Por determinação do governador Romeu Zema, o Vale do Aço, assim como o restante do Estado, está enquadrado no estágio mais avançado do programa estadual Minas Consciente, a Onda Roxa. Assim, as lojas consideradas “não essenciais” estão impedidas de receber clientes. No entanto, podem realizar vendas on-line e operar com sistema de entregas em domicílio ou retirada no balcão.

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