A qualidade da água é um dos aspectos mais importantes para a manutenção da saúde das pessoas. Ela está diretamente associada à disseminação de doenças, por ser um insumo que transporta microrganismos patogênicos para além das fronteiras de propriedades, municípios e estados.
Considerando as condições da Bacia do Rio Doce, a poluição das águas superficiais é um problema grave, sobretudo, na área rural, onde não há serviços de captação, tratamento e fornecimento de água potável. Nessas condições, a poluição da água gerada em propriedades rurais é transferida para propriedades e comunidades localizadas à jusante, o que agrava os riscos de contaminação das populações por uma grande diversidade de doenças.
Neste contexto, contribuir para a melhoria dessas condições é uma questão estratégica, pois a saúde das pessoas afeta todo o tecido social, incluindo os aspectos econômicos, pois a diminuição de gastos com doenças gera possibilidades de aumentar investimentos na prevenção da saúde, na educação e na criação de oportunidades de geração de trabalho e renda.
Com a percepção de que esse tema é importante para sua atuação, a CENIBRA criou o Projeto Fossas Sépticas. Desenvolvido entre 2019 e 2021, possibilitou a doação e a instalação de 200 fossas sépticas, beneficiando diretamente 200 famílias residentes em propriedades rurais sediadas em municípios de atuação da Empresa.
A primeira fase ocorreu em 2019 e contemplou 100 propriedades rurais de Peçanha, em território caracterizado pelo Programa de Disponibilidade de Água do Rio Doce (PDA Doce), elaborado pela Agência de Águas da Bacia do Rio Doce, como de alta vulnerabilidade para o abastecimento humano. Por esta razão, foi escolhido para receber as fossas sépticas, notadamente, porque a escassez hídrica que afeta a região há anos concentra e agrava a poluição lançada pelas propriedades rurais.
Já a segunda fase ocorreu nos anos de 2020 e 2021 e beneficiou outras 100 propriedades rurais participantes do Programa de Fomento Florestal, desenvolvido pela CENIBRA, e distribuídas em 28 municípios de atuação da Empresa. Além dos benefícios gerados na melhoria da saúde e do bem-estar dos produtores rurais, o projeto contribuiu para promover a adequação ambiental das propriedades aos requisitos de legislação ambiental e às normas de certificação florestal.
“O modelo de fossa séptica adotada no projeto é uma estação compacta de tratamento de esgoto doméstico, composta por reator e filtro anaeróbio unificados, com capacidade para tratar, adequadamente, até 500 litros de esgoto doméstico por dia. Esse equipamento tem capacidade de remoção de até 80% da carga poluidora dos esgotos domésticos, resultando em um efluente de baixo potencial poluidor, que é devolvido ao meio ambiente”, explica Edson Valgas de Paiva, especialista máster do Departamento de Meio Ambiente e Qualidade.
Na foto de capa deste post, Alan Santana Ferreira Toledo, que recebeu uma das 200 fossas sépticas distribuídas