A Campanha Outubro Rosa lança um alerta mundial para a prevenção e a conscientização do câncer de mama. A doença surge quando células começam a se multiplicar de forma anormal na mama, crescem e formam um nódulo, um tumor maligno com potencial para se disseminar para o organismo. É o tipo mais incidente na população feminina e a primeira causa de morte por câncer neste público.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados para 2022 66.280 novos casos da enfermidade, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. Apesar da gravidade e da incidência da doença, o diagnóstico precoce é o grande aliado da mulher.
“Se diagnosticado precocemente, em estágios iniciais, o câncer de mama tem mais de 90% de chances de cura. Por isso é tão importante realizar a mamografia, principal exame de rastreamento da doença”, comenta o oncologista da Fundação São Francisco Xavier, Dr. Luciano Viana.
Recomendação
O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos devem realizar a mamografia anualmente. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que mulheres a partir dos 40 anos realizem o exame. “O que a gente indica é que a mulher busque um médico especialista e discuta com ele qual melhor idade para realizar a mamografia. Cada mulher é única, algumas têm histórico familiar e existem fatores que aumentam o risco”, pontua Viana.
O oncologista explica que, embora raro, existem casos de mulheres que são diagnosticadas com a doença bem mais cedo do que o normal. “Infelizmente o câncer de mama pode acometer mulheres em idades muito precoces, com menos de 35 anos. A gente percebe hoje um aumento no número de casos em mulheres mais jovens, muitas vezes relacionados a hábitos de vida: alimentação rica em gorduras, pouca atividade física, uma vida muito estressante. Isso tudo acaba trazendo não só riscos cardiovasculares, mas também propensão à formação de câncer”.
Pesquisa
Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Ipec, Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, preocupa a comunidade médico-científica. O estudo aponta que grande parte das mulheres entrevistadas desconhece a importância da mamografia como o principal exame de rastreamento precoce para o câncer de mama. De acordo com a pesquisa, 64% das mulheres acreditam que o autoexame das mamas seria o mais importante meio para diagnóstico do câncer de mama em seu estágio inicial.
O autoexame das mamas já não é recomendado pelo Ministério Público e nem pela Sociedade Brasileira como método para o rastreamento da doença. Para 54% das mulheres ouvidas pela pesquisa, não está clara a necessidade de passar pelo procedimento caso outros exames, como o ultrassom de mamas não indiquem alterações. Cerca de 38% afirmam que a mamografia deve ser realizada apenas em casos suspeitos e 16% não opinaram.
Segurança
A mamografia é um método muito seguro e mais eficaz de diagnosticar um câncer de mama. Ela é um raio-x que emite baixa dose de radiação. “Nós estamos falando de um exame a ser realizado anualmente. Então, a chance de uma mamografia causar um tumor de mama é muito pequena comparado ao número de vidas que ela vai permitir salvar”, frisa Viana.
O médico ressalta que a realização de uma mamografia não tem que ser uma preocupação para o desenvolvimento de um tumor. “Ao contrário, fazer uma mamografia é um ato de cuidado que vai aumentar as chances de viver mais tempo com menos chances de ter câncer de mama”, conclui.