O Protagonismo dos Cabelos Cacheados e Texturizados nas Passarelas Internacionais

Os cabelos cacheados e texturizados deixaram definitivamente de ser coadjuvantes no cenário da moda. Nas últimas temporadas internacionais — de Paris a Nova York, de Milão a Londres —, as passarelas foram tomadas por uma celebração autêntica da diversidade capilar. O que antes era domado, alisado ou escondido, agora é exaltado em sua forma natural, com volume, movimento e identidade. Vide Chanel, YSL, Missoni, Moschino.

Mais do que uma tendência estética, o destaque dos fios naturais representa uma transformação cultural. Modelos com diferentes texturas de cabelo — do 2A ao 4C — têm ocupado campanhas e desfiles de grandes marcas como símbolo de representatividade e autoaceitação. A moda, que por décadas ditou padrões rígidos, agora se abre para refletir a pluralidade do mundo real.

Os estilistas e beauty artists vêm explorando o poder narrativo dos cachos: ora livres e selvagens, ora cuidadosamente estruturados, mas sempre com protagonismo. A textura natural do cabelo tem se tornado parte essencial do styling, compondo o conceito das coleções e reforçando a beleza da individualidade.

Essa virada também dialoga com movimentos sociais que valorizam a ancestralidade e a autenticidade. A presença dos cabelos naturais nas campanhas e editoriais internacionais não é apenas um gesto estético — é um ato político, que reafirma a beleza fora dos padrões eurocêntricos e inspira novas gerações a se reconhecerem como são.

No fim das contas, o protagonismo dos cabelos cacheados e texturizados nas passarelas é sobre liberdade — a liberdade de existir com naturalidade e orgulho, sem precisar se encaixar. E essa, talvez, seja a tendência mais poderosa da moda contemporânea.

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