INDÚSTRIA É DECISIVA NA RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA

O desempenho favorável da indústria é decisivo para que o PIB do Brasil alcance crescimento de 4,27% ao final de 2021. A eficácia da atividade industrial tem destaque ainda maior em Minas Gerais, que deverá encerrar o ano com avanço do PIB em 5,97%. Essas projeções da gerência de economia e finanças empresariais da FIEMG apontam também, como um dos principais fatores para esse resultado positivo da indústria mineira, o fato de o estado ter maior concentração de plantas produtivas que mantiveram ou retomaram atividades com mais rapidez ao longo da pandemia, como mineração, siderurgia e produção de máquinas e equipamentos.

Se por um lado o PIB da indústria deve aumentar 3,43% no país neste ano, em Minas Gerais esse impulso chega a 10,15%. Os destaques são a indústria extrativa mineral, que deverá registrar crescimento de 2,68% em nível nacional e de 16,08% no âmbito estadual; e a indústria de transformação, que deve fechar o ano com avanço de 3,61% no país e de 11,81% em Minas. Ambos os setores são seguidos pela indústria da construção, com crescimento nacional de 6,86% e estadual de 9,04%.

“A indústria de Minas Gerais sai da dinâmica de crescer abaixo da nacional para avançar acima do índice brasileiro. O estado já tem 3% de crescimento anual contratados para os próximos três anos. Esse tipo de investimento vai gerar renda, impostos e receita. Vamos despontar no Brasil no cenário de desenvolvimento, continuar crescendo acima da média nacional”, enfatizou o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, ao divulgar o Balanço Anual 2021 e Perspectivas 2022, nesta terça-feira (21/12).

O que propicia esta realidade, ressaltou ainda Roscoe, é a segurança jurídica e o ambiente favorável aos negócios instalado no estado. “A FIEMG fica muito feliz de vivenciar isso. Essas escolhas colocam Minas em um trilho diferente. O que vemos hoje é um crescimento por toda a cadeia da indústria”, comemorou.

Anúncios de novos investimentos em Minas são quase diários, segundo o presidente da FIEMG. E municípios mineiros procuram a entidade com frequência para falarem das suas características e dos benefícios que podem oferecer a novas indústrias que tenham interesse em se estabelecer nos seus territórios. “Quando uma indústria se instala, 25% do ICMS vai para o município que a abriga, além de outros impostos”, salientou Roscoe.

As projeções da FIEMG são baseadas em dados apurados até o terceiro semestre de 2021 e na análise de fatores que os influenciaram. Entre março de 2020 e setembro deste ano, por exemplo, o país registrou avanço no PIB de 5,7%, puxado especialmente pelo desempenho 6,5% maior da indústria. No mesmo período, o PIB mineiro cresceu 6,9%, estimulado pela expansão da atividade industrial no estado em 12,7%.

“A indústria contribuiu significativamente para o desempenho da economia do estado, puxando a recuperação econômica ao longo da pandemia de Covid-19”, frisa o economista Izak Carlos Silva, economista da FIEMG, um dos responsáveis por esses estudos e projeções.

O levantamento estima também o comportamento da economia em 2022. O PIB nacional deve assinalar aumento de 0,31%, contra os 4,27% previstos para este ano. Já no estado, o crescimento do PIB vislumbrado é de 1,42%, em contraposição com os 5,97% de agora. Em ambos os cenários, nacional e estadual, o desempenho da atividade industrial esperado, de 1,08% e 2,50%, respectivamente, será decisivo para impulsionar os resultados.

Minas na ponta

Em se tratando da produção industrial, a FIEMG apurou que, no acumulado deste ano até outubro, o resultado de Minas Gerais (12%) fica atrás apenas do estado de Santa Catarina (13,8%). No entanto, levando em conta o período entre fevereiro de 2020 e outubro de 2021, a produção industrial mineira (3,8%) registra o melhor desempenho do Brasil (- 4,1%), seguida dos estados do Paraná (2,2%) e Rio de Janeiro (1,6%).

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