HAENYEO é um termo coreano que designa as mulheres mergulhadoras da ilha sul-coreana de Jeju. A tradição remonta ao ano 434. Originalmente, este tipo de mergulho era uma profissão exclusivamente masculina, com a exceção das mulheres que trabalhavam junto aos seus maridos.São conhecidas pelo seu espírito independente, férrea vontade e determinação, e representam a estrutura familiar semi-matriarcal desta ilha coreana. Na atualidade constituem um dos principais símbolos turísticos e culturais da Coreia do Sul.
A ausência de novas aspirantes traduziu-se num progressivo envelhecimento das mergulhadoras. Em 1970 cerca de 31% das mergulhadoras Haenyeo tinham 30 anos ou menos, enquanto 55% tinha idade entre 30 e 49 anos e apenas 14% tinham mais de 50 anos; no entanto, em 2014 os números tinham mudado radicalmente: então 98% das mergulhadoras tinham idade média superior a 50 anos. Apesar deste panorama, a situação mudou. Na atualidade as Haenyeo são consideradas como um dos mais valiosos tesouros de Jeju. O governo sul-coreano subsidiou a aquisição de equipamento para as mergulhadoras e concedeu-lhes direitos exclusivos para a venda de marisco fresco. Além disso, em março de 2014 o governo sul-coreano solicitou à UNESCO que as Haenyeo fossem inscritas na lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade.
A introdução dos trajes de neopreno permitiu que as mergulhadoras possam permanecer na água entre cinco a seis horas numa só imersão, mesmo durante o inverno.[6]
As suas capturas consistem em abalones, conchas, polvos, ouriços-do-mar, ascídias e algas-castanhas, bem como distintos tipos de sargaços, ostras, lesmas-marinhas, etc
Agora, representam o que a mulher moderna deve procurar para si, em qualquer circunstância
No ano passado, o fotógrafo brasileiro Luciano Candisani, da National Geographif, lançou no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo a exposição ”Haenyeo, Mulheres do Mar”, que mostra o cotidiano de mergulhadoras de mais de 60 anos da Coreia do Sul. Agora no Centro Cultural Coreano (460 Avenida Paulista), ele lota as salas.
Em entrevista para a revista Trip, ele respondeu, entre outras perguntas:
Você treina mergulho livre? Eu mergulho desde sempre, sou do mar, cresci em Ilhabela [litoral de São Paulo]. Mesmo assim, foi um trabalho puxado. Elas ficavam entre quatro e cinco horas no mar, direto, com poucos intervalos na superfície. Isso porque elas entram em uma espécie de transe, é uma concentração absoluta.
E por que você optou pelas fotos em preto e branco? Senti que precisava isolar as Haenyeo do resto do ambiente para chegar na essência dessa história. Eu não queria que a beleza do fundo do mar, as cores, as algas e os corais, disputassem a atenção com o rosto dessas senhoras.
Vejam algumas: