Sobre esta matéria, que eu postei em 15 de janeiro, meu filho Rodrigo de Carvalho Pires, engenheiro agrônomo na empresa Harsco, tem uma outra visão, que transcrevo aqui, acima do texto original:
“Se a pessoa for cremada e jogar as cinzas numa árvore tem o mesmo sentido e deve ser bem mais barato. Além disso, as árvores precisam de um espaçamento de uns 10 metros, o que seria um grande problema e por isso acho que cremar e jogar as cinzas numa árvore numa reserva legal ou num parque protegido é mais viável.”
Meu Pitty amado está lá, transformado em árvore, “plantado” que foi numa colina da Estância Gameleira, quando subiu para o céu, onde está à minha espera. Numa lápide simples com as letras do nome dele pintadas pelo Rodrigo, ele já tem até companhia, a do Ralfinho, morador do sítio que se foi depois dele.
A ideia do “ciclo da vida” agrada muitas pessoas independentemente da fé. Em poucas palavras, é vida se transformando em vida — a morte fica em segundo plano.
O projeto italiano The Capsula Mundi é uma representação perfeita desse conceito. Desenvolvido pelos designers Anna Citelli e Raoul Bretzel, o projeto consiste em uma cápsula orgânica e biodegradável que é capaz de transformar um corpo em decomposição em nutrientes para uma árvore.
Primeiro, o corpo do falecido é colocado dentro da cápsula e então enterrado. Depois é plantada uma árvore ou uma semente por cima para aproveitar a matéria orgânica.
Isso sem derrubar árvores para produzir caixões…
O projeto é ousado e mexe em tradições seculares, por isso ainda não foi colocado em prática. A Itália tem leis restritas sobre enterros.
Faço minhas as palavras do jornalista Willian Binder, que escreveu a matéria para o site http://awebic.com/: ” Eu achei a solução incrível. Transformar cemitérios em lugares cheios de árvores (vida) é uma excelente maneira de resgatar boas lembranças das pessoas que se foram.”