Depois de divulgar os vencedores do concurso aberto do Sony World Photography Awards, foram anunciados os prêmios para profissionais. Juliette Pavy, da França, ganhou o título de Fotógrafa do Ano com sua série sobre a esterilização forçada de mulheres groenlandesas, uma obra que dá voz às que foram silenciadas por quase meio século. Ela recebeu US$ 25.000 e equipamentos da Sony como prêmio.
O brasileiro Raphael Alves foi um dos finalistas da premiação com seu trabalho em Roraima sobre a crise no território Yanomami.
Os fotógrafos poderiam enviar uma série de cinco a dez imagens interpretando uma das dez categorias. Cada inscrição inserida na competição Profissional foi rigorosamente julgada por um painel de especialistas do setor. Cada um dos vencedores da categoria deste ano receberá um kit de imagem digital da Sony, inclusão na exposição e livro do Sony World Photography Awards, além de cobertura online global.
Parabéns a Juliette Pavy por ter recebido o título de Fotógrafa do Ano deste ano por sua série Spiralkampagnen: Contracepção Forçada e Esterilização Involuntária de Mulheres da Groenlândia . Além de ganhar um prêmio em dinheiro de US$ 25.000, Pavy recebe uma variedade de equipamentos de imagem digital da Sony, além de cobertura on-line global. Pavy também ganha uma apresentação individual de seu trabalho na Somerset House como parte da exposição do Sony World Photography Awards do próximo ano.
Falando sobre sua vitória, Pavy diz:
«Muito obrigado por este prémio pelo meu trabalho sobre a esterilização forçada de mulheres groenlandesas. Espero dar voz àqueles que foram silenciados durante quase meio século. Ao documentar esta história, espero também aumentar a consciência sobre a violência contra as mulheres Inuit e as repercussões sociais e psicológicas da esterilização forçada.’
Spiralkampagnen: Contracepção Forçada e Esterilização Involuntária de Mulheres Groenlandesas por Juliette Pavy
Entre 1966 e 1975, as mulheres Inuit da Groenlândia foram vítimas de um programa de controle de natalidade involuntário conhecido como Spiralkampagnen (campanha espiral). Liderados pelas autoridades dinamarquesas, foram implantados quase 4 500 dispositivos intra-uterinos (“bobinas”) em mulheres e raparigas Inuit, algumas com apenas 12 anos, muitas das quais afirmam que o procedimento foi realizado sem o seu consentimento. Esta campanha foi revelada pela primeira vez por um podcast dinamarquês na primavera de 2022, e os documentos provam agora que as autoridades implementaram a política para reduzir o crescimento da população Inuit. Foi agora aberta uma investigação oficial, que deverá ser concluída no final de 2024.
