Os eventos acontecem anualmente em todo o mundo durante o mês de junho, considerado o mês do Orgulho LGBT+. Muitos não sabem a razão de junho ter sido escolhido como o mês destes eventos, mas a resposta é simples: deve-se às manifestações que ocorreram em 8 de junho de 1969, nos Estados Unidos.
Apontar o real início dessa luta é praticamente impossível – a homossexualidade é tão antiga quanto a própria humanidade, e sua história é a história da sexualidade humana em sua absoluta e incontornável diversidade, e provavelmente assim também é a história do preconceito. Mas olhar para o horizonte da história, mesmo que somente até o tempo recente onde nosso olhar alcança, é o melhor meio para se dimensionar a necessidade, a contundência e o profundo significado de lutas que ainda se fazem necessárias e urgentes.
Como a revolta de Stonewall, em 1969, empoderou o ativismo LGBT para sempre
E se a história moderna das paradas gays e da própria luta pelos direitos LGBTs possui um início formal, ele se deu na madrugada do dia 28 de junho de 1969, em um bar no bairro do Greenwich Village, em Nova York, chamado Stonewall Inn. O que ficou conhecido como as Rebeliões ou Revoltas de Stonewall é visto como o acontecimento recente mais importante para a liberação do movimento gay e a luta pelos direitos LGBT nos EUA e no mundo.
Se o sistema judiciário americano praticava a homofobia abertamente até poucos anos antes de 1969, naturalmente que, à época, eram raros os bares ou estabelecimentos que recebiam pessoas abertamente gays nos EUA – e os que o faziam eram frequentemente achacados, atacados ou mesmo fechados pela polícia. Localizado entre os números 51 e 53 da Rua Christopher, no bairro do Village, o Stonewall Inn se tornara o único bar gay de Nova York. Para manter tal negócio, a Família Genovese – mafiosos proprietários do local – pagavam semanalmente uma alta propina à polícia nova-iorquina. O bar não tinha licença para comercializar bebidas alcoólicas, não tinha saídas de emergência, não correspondia às exigências sanitárias legais, mas era o único bar abertamente gay em toda cidade, e que tinha como seu principal atrativo a dança – nele aos frequentadores era permitido dançar.
Antes que chegasse o primeiro camburão a multidão havia aumentado em dez vezes e, com isso, elevou-se também a tensão. Rapidamente após o primeiro grito de “poder gay!” e o entoar dos primeiros versos da clássica canção de protesto “We Shall Overcome” (Nós vamos vencer, em tradução livre), uma briga entre uma mulher e um policial estourou. A mulher, que estava sendo tratada com violência pelos oficiais, convocou a multidão a fazer algo para ajuda-la – e foi assim que a pólvora da injustiça acendeu a explosão.
Segundo relatos dos presentes, a multidão foi tomada pelo sentimento coletivo de que não deviam mais aguentar tal abuso. Moedas e garrafas começaram a ser atiradas contra as viaturas, como gestos que exigiam a liberdade em uma revolta popular instantânea e espontânea. Pessoas ainda estavam detidas dentro do Stonewall quando pedras, tijolos e lixo em chamas começaram a ser atirados contra as janelas e a porta do bar. A multidão invadiu o local, a polícia ameaçou atirar, mas rapidamente o incêndio começou. Tudo durou cerca de 45 minutos, até que novas viaturas chegaram junto com o corpo de bombeiros para conter a confusão.
Enquanto pessoas eram presas, a multidão resistia – e zombava dos policiais com danças e cantos. Era a primeira vez que um imenso grupo homossexual se amotinava e, mesmo com as prisões, conseguia superar a indevida ação policial. Às 4 da manhã as ruas estavam vazias, o bar estava destruído – mas a eletricidade permanecia no ar.
LGBTQIA+ – significado:
- Lésbicas: são mulheres que se sentem afetivamente e sexualmente atraídas por outras mulheres.
- Gays: são homens que se sentem afetivamente e sexualmente atraídas por outros homens.
- Bissexuais: são pessoas que se sentem afetivamente e sexualmente atraída por pessoas de quaisquer gêneros.
- Trans: pessoas que possuem uma identidade de gênero diferente da do sexo biológico.
- Queer: pessoas que não se enquadram em nenhum dos gêneros binários.
- Intersexo: pessoas que nasceram com condições biológicas em que o gênero não é definido.
- Assexual: pessoas que não sentem atração sexual e/ou afetiva por ninguém.
+: Todas as outras formas de expressão da sexualidade e do gênero que não se enquadrem no padrão heteronormativo e nos termos supracitados
FONTE: https://www.hypeness.com.br/