VANUZA BÁRBARA ESTREIA EXPOSIÇÃO

O Trem é uma figura que se mistura com a história de vida dos mineiros e da estilista ipatinguense Vanuza Bárbara. Para quem nasce nas Minas Gerais, a relação com este meio de transporte, seguro e sustentável, é de pertencimento. Daí a iniciativa deste projeto de contar a história do trem que liga Minas ao Espírito S anto em uma Coleção de moda. Em “Uma Linha Para Contar História” tudo é resultado de pesquisas com colecionadores, historiadores e preservacionistas ferroviários, pessoas que buscam engajamento para o incentivo e expansão do trem de ferro em território brasileiro, como também para manter viva a importância deste gigante.

O trem que já transportou café, hoje leva minério, aço e gente. Escoa a produção a produção local,movimentando a economia e proporciona passeios memoráveis aos que embarcam numa viagem sobre trilhos. Entre embarques e desembarques a Estilista sonhou em transformar em peças de roupas este universo tão rico, do que acontece dentro e fora do trem, sobre os trilhos, dentro de túnel, nas partidas e reencontros.

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL
Falar do Trem é falar de um transporte muito seguro, considerando o comparativo entre o transito rodoviário X ferroviário. E de baixo impacto ambiental, se comparado aos automóveis. Isso  também é importante para a reflexão da artista que tem como frente de seu conceito fashion a moda consciente, com menor impacto ambiental.Na prática fazer suas peças com
este foco sócioambiental é reutilizar tecidos que as indústrias destinariam ao lixo e buscar na natureza a extração de pigmentos para a tinturaria dos tecidos. E Bárbara consegue estas colorações de flores, café, feijão, folhas, temperos, e tantas outras fontes disponíveis em nosso cotidiano. Nesta coleção todas as peças foram feitas com tecidos de refugo industrial. Uma coleção com 100% de reaproveitamento. Para os 33 looks foram reaproveitados centenas de kilos de retalhos, transformado-os em peças únicas! “Criatividade é o ingrediente principal a quem se dispõe a trabalhar com reaproveitamento. Geralmente as pessoas pensam um modelo, desenham, depois vão lá e compram o material necessário.No meu caso eu ganho os retalhos, e com o que tenho nas mãos me desafio a fazer o meu trabalho, que além de ter a ‘limitação’ da escolha ainda precisa de esforço para montar o ‘quebra cabeça’ dos retalhos e transformá-los em lindas peças” afirma Bárbara.
A arte idealizada pela estilista só pode ser realizada em com a participação de muita gente talentosa!

Tem a Luzia que faz os moldes. Cleidivânia é a costureira. Ela junta as peças do quebra cabeça de retalhos dando forma ao que antes era inutilizável, e por fim 30 mulheres habilidosas do Grupo de Bordadeiras Fazendo Arte, comandado por Heloísa Helena, elas bordam cada peça a mão! Senhoras que hoje contribuem no orçamento de casa graças a oportunidade e valorização atribuídos a elas por Vanuza Bárbara. A estilista, antenada as necessidades sociais, trouxe para sua equipe uma nova integrante,a venezuelana Virgínia Castaneda, uma jovem de 20 anos, que chegou no Brasil em janeiro de 2018, devido aos problemas político-sociais instalados em seu país de origem. Trabalhar com a estilista é para a artesã sinônimo de oportunidade e inclusão social “viemos para o Brasil em um grupo de 11 pessoas da minha família, todos morando na mesma casa. Vivendo os mesmos conflitos e dificuldades, e uma coisa que precisamos muito é trabalhar! Assim conseguimos nos sustentar! Costumo dizer que nem sinto o peso do trabalho porque o amor que tenho pela arte é imenso! Só sinto Felicidade e Gratidão por fazer parte desta coleção!”
explica Virgínia.

Bagagem, livro, bilhete em mãos! Quem aceita o convite e embarca em UMA LINHA PARA CONTAR HISTÓRIA encontra elementos do universo ferroviário seja de fora do trem, de dentro,ou até mesmo dos passageiros… Uma exposição grandiosa considerando a ocupação dos mais de 600m² da galeria. Ambientes que contam histórias e levam o visitante a se sentir em uma verdadeira viagem. Para isso a construção de um túnel com dimensões impressionantes: 10 metros de comprimento, 4 metros de largura e 2,80 de altura. O túnel foi feito para que as pessoas passem por ele, já que o tempo todo a artista trabalha pensando em provocar sensações e emoções no público. Bárbara também quer um pouco do visitante,para isso um manequim com uma saia feita de mais de 11 metros de tecido foi instalado na exposição para que as pessoas possam deixar bordado ali um pouco da sua história. Ao lado do manequim uma infinidade de linhas de todas as cores,tesouras e agulhas! Além disso as fotos na estação ferroviária de BH também enfeitam a galeria. São 33 looks, sendo 3 looks masculinos, 6 bolsas.

A exposição tem início no dia 10/09 às 19h30  e fica aberta ao público até o dia 28/09 no Centro Cultural Usiminas.

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