MORRE UM ÍCONE

Ela foi a representante mais chique e elegante do Brasil lá fora. Aqui, foi referência e a principal estrela do hight society desde sempre. Na tarde do domingo (03.12), Carmen Mayrink Veiga morreu aos 88 anos enquanto dormia, na sua casa, no Rio de Janeiro. Socialite e ícone do high carioca, ela era portadora de Paraparesia Espástica Tropical (PET), uma doença que afeta a medula espinal e limita os movimentos.

Em 1956, casou-se com o herdeiro de uma fortuna Tony Mayrink Veiga vestindo um modelo de alta-costura de Pierre Balmain, com gola chinesa e 80 metros de cetim perolado. Uma mantilha que pertencera a sua avó, a Baronesa do Arari, pontuou o look – e, nas mãos, ao invés de um buquê de flores, segurava um grande terço.Tony e Carmen moraram durante duas décadas em Paris, onde a brasileira era frequentadora assíduas de desfiles de alta-costura. E, por mais de 30 anos, se vestiu praticamente apenas de couture.

“Elegância, para mim, não é como você está vestida. É muito fácil uma mulher rica fazer um trousseau na alta-costura. Ir no Harry Winston comprar joias. Comprar peles. E ser apenas bem vestida. E nada elegante. Elegância é o todo. É uma pessoa que vive bem. Que a casa é elegante. Tudo desta pessoa é correto e sério. É este todo que faz dela uma mulher elegante. Com estilo”, disse em entrevista à revista Vogue. Também em entrevista, confessou nunca ter trocado uma só fralda dos filhos, nem lhes dado mamadeira. Quando eram pequenos, seus filhos Antônia e Antenor foram criado por preceptora alemã, além das babás.

Em 2003, seu guarda-roupa chegou a ser tema de uma exposição na Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa, no Rio de Janeiro. A “Coleção de Alta Costura Carmem Therezinha Solbiati Mayrink Veiga”, reuniu 67 vestidos, entre modelos Pierre Cardin, Givenchy, Yves Saint Laurent, Azzaro e Valentino. Depois, 50 deles foram doados ao Instituto Zuzu Angel.

Carmen e Tony foram consideradas as pessoas mais chiques da América do Sul, participou de diversos eventos do jet set internacional, entre caçadas na África e festas com multimilionários de diversos países. Costumava fazer muitas festas na sua residência e transportava convidados a bordo de supersônicos Concorde para temporadas de caça na InglaterraFrança e Áustria. Carmen foi retratada por artistas como PortinariAndy Warhol e Di Cavalcanti, e fotografada por Francesco ScavulloRichard AvedonMario TestinoBob WolfensonTuca Reinés e outros. Entre os amigos no Brasil, grandes nomes da aristocracia e da sociedade carioca e Paulista, como a família Imperial Orleans e Bragança, em especial o príncipe Pedro Gastão e a princesa Esperança de Bourbon, a baronesa Silvia Amélia de Waldner, a baronesa Geuza Alvarenga Amaro, o marquês de Salamanca Olavo Egydio Monteiro de Carvalho, o conde Francesco Matarazzo, conde Francisco Scarpa, o jornalista Roberto Marinho e a esposa Lili, a jornalista Hildegard Angel, o playboy Jorginho Guinle. Carmen também recebeu uma polêmica “homenagem” no videoclipe da canção “Imitation of life”, da banda R.E.M., que mostra caricaturas inspiradas em Carmen, Madonna e Demi Moore. Quando o videoclipe estava para ser produzido, Carmen causou admiração quando, depois de comparecer à entrega do Óscar, demorou 20 minutos para desembarcar de uma limusine para o jantar oferecido por Madonna e Demi Moore em Los Angeles. A demoradeveu-se ao tamanho do vestido de Carmen, que entrou no salão ao lado de Madonna. Carmen fez parte das listas das mulheres mais elegantes do Brasil e, em 1981, entrou para a seleta lista das pessoas mais bem vestidas do mundo, da revista Vanity Fair. É também a única brasileira citada na biografia oficial de Yves Saint Laurent e listada nos registros de clientes da alta costura de Paris desde jovem.

Pra quem não se lembra, ou quer reviver grandes momentos da musa do luxo:

Fonte: http://vogue.globo.com e Wikipédia

 

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