HOSPITAL MÁRCIO CUNHA REALIZA SEIS TRANSPLANTES DE RINS EM MEIO À PANDEMIA

A pandemia da Covid-19 trouxe importantes repercussões no Serviço de Saúde em todo o mundo. De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) uma das áreas atingidas foi a de Alta Complexidade em Transplantes de Órgãos e Tecidos que apresentou queda significativa, durante o primeiro semestre de 2020, comparando com o mesmo período de 2019. Segundo dados da ABTO, desde o início da pandemia houve uma queda de 61% na realização de transplantes no país, sendo que os transplantes de rins, órgão com maior demanda, caíram cerca de 50%, no Brasil.

Segundo o coordenador do Serviço de Transplantes do Hospital Marcio Cunha, o nefrologista Carlos Calazans, a pandemia fez com que a realização desse tipo de procedimento caísse expressivamente. “Estávamos com um ritmo positivo e chegamos a realizar nove transplantes de rins, somente em janeiro desse ano. Quando veio a pandemia tivemos que suspender a avaliação de novos pacientes, bem como, os transplantes com doador vivo que vinham sendo preparados”.

O médico explica que apesar do todas as dificuldades envolvidas na realização de transplantes, durante a pandemia, o Serviço de Transplante Renal do hospital, em consonância com os principais Serviços de Transplantes do país e de todo o mundo, conseguiu manter a realização de transplantes de doador falecido, sendo realizados seis transplantes, de maio a julho, com pleno êxito. “Foi uma decisão difícil, tomada por toda a equipe médica, com o apoio da direção do hospital, sendo avaliada a qualidade e recursos da instituição, além da expertise da equipe técnica. Hoje, acompanhando os pacientes percebemos que fomos no caminho certo” enfatiza Calazans. Os órgãos foram captados pela Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos para Transplantes e Tecidos (CIHDOTT) e distribuído através da lista única pelo MG Transplantes.

Dois pacientes, irmãos, que estavam em tratamento hemodialítico e inscritos na fila única do MG Transplantes foram contemplados com essas doações. Helenice Maria da Silva, 49 anos, foi uma das pacientes que comemorou junto com a equipe do hospital a possibilidade de ganhar um novo rim. De uma família de oito irmãos, Helenice explica que dois deles morreram por insuficiência renal e agora ela e o irmão Paulo Roberto Pereira, que também precisava de um novo rim, recebem “juntos” o transplante tão esperado. “Renasci. Sou muito grata a toda equipe médica do hospital que me acolheu de forma impecável. Sem dúvida, em meio à pandemia, foi um presente ganhar a vida novamente”, comemora a dona de casa.

O sentimento de Paulo Roberto também não poderia ser diferente e a mais de um ano na fila de transplante, ele conta agora com uma nova fase que se inicia. “Foi uma bela coincidência da vida eu e minha irmã sermos chamados e termos a compatibilidade dos órgãos. Agora é começar uma nova etapa com muitas conquistas”, enfatiza Paulo.

CENTRO DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA

O Serviço de Transplante Renal do Hospital Márcio Cunha (HMC), administrado pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX), funciona desde 10 de outubro de 1992, quando foi realizado o 1º Transplante Renal, sendo considerado o único Centro Transplantador da Regional Leste de Minas Gerais, que compreende as cidades de Teófilo Otoni (Hospital Philadélfia e Hospital Santa Rosália), Governador Valadares (Instituto de Nefrologia Vale do Rio Doce e Hospital Nossa Senhora das Graças), Manhuaçu (Renalclin), Caratinga (Clirenal), Itaobim (Clinica de Doenças Renais) e todo Vale do Aço.

O trabalho desenvolvido ao longo de três décadas de atuação, o qual alia qualificação técnico-científica, incorporação tecnológica, pesquisa, expertise e resultados expressivos, fez com que o CTRS (Centro de Terapia Renal Substitutiva) se consolidasse como referência regional em Nefrologia e destaque nacional em Transplante Renal.

 

Investimentos feitos pela FSFX na expansão da infraestrutura e na capacitação de uma equipe multidisciplinar credenciaram o HMC como Centro para captação de rins pelo Ministério da Saúde (MS), em 1987, e de transplantes renais, em 1992, ano da realização do primeiro transplante de rins no hospital. Hoje, o HMC soma 545 transplantes realizados. Na seção de hemodiálise do CTRS, 100 máquinas realizam, em média, 5345 sessões mensais de diálise – processo de filtração do sangue que remove o excesso de líquido e metabólitos, em diferentes turnos.

 

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