DIVERSIDADE E RESPEITO MARCAM 13ª CINEDOCUMENTA

No último dia 22/9, a 13ª Mostra de Documentário (Cinedocumenta) encerrou suas atividades de 2018 com um enriquecedor debate, não apenas sobre o tema da mostra (Diversidade Religiosa), mas essencialmente sobre os rumos da produção cultural no país, em especial no que tange a produção nas cidades do interior.

A noite contou com a exibição do filme Fé, de Ricardo Dias, que enfoca as diferentes manifestações da fé e da religiosidade no Brasil. Foi exibido também o curta resultado da oficina com o renomado diretor Luiz Carlos Lacerda, o Bigode.

Uma realização de Éderson Caldas, por meio da Lei Federal de incentivo à Cultura, a Mostra abordou a diversidade por tratar-se de um aspecto inerente à cultura. “Não temos como trabalhar com cultura sem pensar em diversidade. Nisto o Brasil tem uma riqueza extraordinária, alguns estudiosos até dizem que há vários Brasis no nosso país. Neste sentido, as políticas culturais devem levar em conta, por um lado, as características regionais. Os brasileiros são crianças, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres, com orientações sexuais diversas, pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida, negros, brancos e índios, com credos diversos, pertencentes a famílias posicionadas em segmentos sociais e econômicos diversos, com valores culturais distintos, mas todos com suas raízes culturais que formam a cultura do nosso Brasil. Somos resultado de uma história escrita em 518 anos, a qual nos demonstra que muito ainda temos que investir para que os direitos culturais sejam garantidos no desenvolvimento sustentável do país. Por isso, a importância da implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e da Política Nacional de Cultura, ambos têm em sua essência o respeito às características aqui mencionadas. Cultura transcende as artes, a economia criativa e diferencia um país dos demais pela identidade do povo com suas características como fazedores de cultura” declara Éderson.

Atuando há mais de uma década como produtor cultural e coordenação geral da Cinedocumenta, Éderson avalia que sua trajetória como agente cultural, trabalhando como técnico e também no exercício de cargos em coordenação somou “conhecimentos que me permitem entender as estratégias necessárias para o desenvolvimento das políticas culturais, sempre incluindo as experiências de outros agentes e técnicos que compõem a equipe de um projeto”, avalia.

A edição de 2018 da Cinedocumenta teve o menor tempo de inscrição de todos os anos, mas o maior aporte de recursos entre todas as edições. Éderson avalia que “embora tenha tido menos tempo de inscrição, a atual edição contou com um quantitativo de inscritos muito expressivo (57 inscrições), superando as expectativas da Curadoria. Em 2017, foram 38 inscritos, o que demonstra que há um interesse muito grande por parte dos fazedores de cinema documentário e que o Ministério da Cultura tem investido em uma política pública de fomento cultural. O segmento audiovisual representa a história e a identidade do nosso povo por meio de suas expressões culturais. Por meio da Lei federal de Incentivo à Cultura a CENIBRA tem valorizado o cinema, o teatro, as danças de roda, as cirandas, os congados, as festividades religiosas, a capoeira, os reisados e outras expressões da cultura popular” conclui.

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