MANIFESTAÇÃO CONTRA NARDYELLO RÉUNE EMPRESÁRIOS EM FRENTE À PREFEITURA

Empresários de diferentes segmentos se reuniram em um protesto pacífico em frente à Prefeitura de Ipatinga, na manhã desta sexta-feira (05). O alvo principal das muitas reclamações foi o prefeito Nardyello Rocha que, de acordo com a maioria dos comerciantes que foi à manifestação, tem tomado uma série de decisões equivocadas no que diz respeito ao funcionamento das lojas na cidade. Atualmente, por força de decreto municipal, só estão autorizadas a abrir as portas as empresas incluídas pelo Governo Federal no rol de atividades essenciais.

Assessor do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços (Sindcomércio) do Vale do Aço, Tiago Barcelos afirmou que, ao que parece, o prefeito não está preocupado com os maiores geradores de emprego e renda no município. “Foi-se o tempo em que a indústria era o pulmão da economia em Ipatinga. Hoje, quem mais emprega é o comércio e a prestação de serviços”, revela Tiago.

O assessor sindical ainda expôs dados colhidos junto ao Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e mostrados em uma faixa levada pelos comerciantes ao protesto: “Nada menos que 2.559 pessoas foram demitidas em Ipatinga no último mês de abril. Se houvesse responsabilidade por parte do prefeito, certamente nem metade desses trabalhadores estaria nas ruas.”

A inevitável comparação entre a elogiada administração do prefeito de Coronel Fabriciano, Marcus Vinícius Bizarro, com a controversa gestão que Nardyello Rocha tem feito à frente da maior cidade do Vale do Aço gerou uma série de debates entre os presentes à manifestação. “Há algumas semanas, mandei ofício para o Ministério da Saúde e acessei o Portal da Transparência, do Governo Federal. Descobri que foram enviados, para Ipatinga, R$ 13 milhões para combate ao Covid-19. Esse dinheiro está nos cofres da prefeitura desde 20 de abril, mas nada foi feito até agora. Enquanto isso, em Fabriciano, o prefeito fez uso certo de seus recursos e quase dobrou os leitos que tinha disponíveis. Lá, o comércio tem autorização para funcionar até as 22h”, analisou a deputada federal Alê Silva (PSL), que apoiou a manifestação e se colocou à disposição dos empresários para quaisquer demandas.

 

Indignação

Um dos presentes no protesto e indignado com as últimas ações de Nardyello Rocha, o comerciante Gerson Schneider, proprietário de uma joalheria e de uma prestadora de serviços, fez duras críticas à atual administração de Ipatinga. “Tenho uma empresa de estruturas, na qual dou suporte a eventos e shows, e nela fui obrigado a demitir quatro pessoas, uma vez que se trata de um segmento que foi um dos primeiros a parar e ainda não voltou”, afirma Gerson, que ainda continua: “Na joalheria também me vi obrigado a realizar demissões por não poder mais abrir as portas. Somos contra a proibição de fechamento das empresas, mas totalmente favorável ao endurecimento das regras contra o Covid-19. Em uma das nossas cidades vizinhas, Coronel Fabriciano, temos um médico como prefeito e ele tem feito o contrário do Nardyello. Ao invés de aglomerar as pessoas na rua, Marcus Vinícius Bizarro ampliou o horário e permitiu a abertura das empresas até as 22h.”.

Gerson afirmou que uma piores decisões tomadas pelo prefeito de Ipatinga, por meio do penúltimo decreto publicado, restringia o funcionamento das lojas para apenas três dias na semana: segunda, quarta e sexta. “Em um curto período, as pessoas aglomeram mais. Não se combate a pandemia do novo coronavírus fechando comércio, mas sim ampliando o seu horário de abertura”, opina.

 

Cruzes

Além de faixas com frases como “Assassino de empregos em Ipatinga”, os empresários que tomaram a iniciativa do protesto também colocaram cruzes no gramado em frente à sede da prefeitura. Nelas, inscrições como “O fim de mais empresa”, “5 lojas do Shopping fechadas” e “Aqui jaz mais uma loja”. A expectativa dos lojistas, após a manifestação, é de que Nardyello Rocha decida pela reabertura das empresas já a partir da próxima segunda-feira (08).

 

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